terça-feira, 11 de outubro de 2011

...

E quero escrever sem me importar se vai haver identificação ou não. Simplesmente vomitar. Só as cinzas dos meus cigarros não bastam. Sinto uma leve necessidade de jorrar palavras que nem sempre farão sentido. Mas vou defecá-las mesmo assim.
É em noites aparentemente vazias como estas que a gente sente o sangue escorrendo. Seu quarto está vazio. Você está deitada em sua cama fumando um cigarro com o notebook no colo. Tudo aparentemente normal, vazio. Mas é um tanto quanto sensível demais quando uma música do Rolling Stones te faz sentir como se estivesse vivendo aquele momento demasiadamente emocionante que há tempos você não vive. Completamente diferente disso que está acontecendo agora. São as recordações que insistiram em se engavetar em alguma parte do seu cérebro e sempre dá um jeito de se infiltrar em seus pensamentos. Transpirando sentimentalismo pelos poros.
Não há beijo, não há sexo, não há lágrimas, não há brigas, não há nada disso agora. Mas tudo, tudo isso e muito mais está impregnado em cada milímetro do nosso corpo.
E... Não quero escrever mais nada.
Quero apenas sentir isso. Eu. Meu cigarro. Minha pieguice. E esse blog de merda.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

E agora, Natália?

Um Blog sem título.
Porém (assim espero) com um bom conteúdo.
Segunda tentativa de criar um blog. Bom, este é fruto de uma madrugada de quinta para sexta-feira com pitadas de insônia e melancolia. E também, claro, um desejo de vomitar.
Não é hora para café. Apesar de que para minha viciada pessoa, qualquer hora é hora para um bom café, mas... Sintam-se, quem acaso vier a ler isso, com uma xícara ao alcance de um delicioso e recém-passado café... e para quem fuma, um Marlboro Light para acompanhar.
Sem mais delongas de individualismo e egocêntrismo...

Desde já, desculpem-me a pobreza de estética, ainda não sei mexer nesse negócio.
Well...

E agora, José?
E agora, Natália?
E agora, todos nós?
Hahaha.. É esse meu primeiro vômito. Poema de Carlos.

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse....
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde? 



         


http://www.youtube.com/watch?v=CaexXJ6UFnw